Os pais inexperientes podem assustar-se com o choro súbito de uma criança de quatro anos, que se queixa de dores nas pernas, mas não tem sinais de lesões. São as dores de crescimento, que requerem calma e cuidados simples...
O crescimento das crianças não acontece numa progressão regular e tranquila: é descontínuo, dá-se por surtos e as dores são uma espécie de “efeito secundário”. Não vale a pena indagar sobre eventuais pancadas ou quedas nem sobrevalorizar o episódio, porque a dor é passageira e benigna.
As queixas das crianças são frequentes, repentinas e reportam-se especialmente aos braços e pernas, mas não há indícios de contusão; tactear a zona não produz queixas, o movimento não é limitado e não parece haver edema nem vermelhão.
É normal que a dor dure apenas uns minutos e volte a ocorrer passados dias ou meses. Trata-se de um fenómeno benigno, que não afecta todas as crianças de modo idêntico. Alguns meninos são mais sensíveis e queixam-se imediatamente, outros nem dão atenção ao caso e suportam a dor sem queixas. Ao que parece, as crianças reproduzem o padraão da família e quando são educadas por pessoas apreensivas lamentam-se mais.
Braços e pernas são os mais afectados
Estas dores não estão tipificadas como patologia nem sequer se sabe exactamente o que as provoca. Mas os pediatras estão familiarizados com os sintomas e as famílias também passam a reconhecê-los rapidamente. Ao que tudo indica, é o crescimento dos ossos que provoca o estiramento dos músculos e isto traduz-se em dor. Daí serem os braços e as pernas os membros mais afectados, pois são esses os ossos mais compridos. Quando a massa óssea aumenta de volume, o músculo é alongado subitamente...
As brincadeiras muito activas das crianças e a prática de desporto podem reflectir-se sobre a intensidade da dor, normalmente sentida após um período de repouso ou quando a criança se prepara para dormir – á noite, durante o sono, no fim da tarde ou ao acordar.
As algias afectam especialmente as extremidades, como já vimos, visto que os ossos mais compridos são os que crescem mais. A criança pode começar a ter queixas por volta dos três ou quatro anos e é possível que se queixe até aos sete ou oito anos. Isso não significa que crianças mais crescidas ou adolescentes não as sintam.
Na maioria das vezes, este tipo de episódios dolorosos desaparece naturalmente, não obstante, se a criança tem queixas durante dois ou três dias seguidos, ou com muita frequência e muito fortes, é preferível levá-la ao pediatra, de maneira a permitir a despistagem de outras causas para além do crescimento.
Não confunda os sintomas
Às vezes, confundem-se dores de crescimento com pontadas ou contusão, mas é fácil esclarecer as dúvidas. As pontadas doem quando se pressiona a zona e as contusões são acompanhadas por hematoma e vermelhão.
Remédios rápidos e caseiros
Há maneiras simples de ajudar a criança a ultrapassar a dor – experimente recorrer a uma ou a várias “tácticas”...
▪ Massagens ou aplicações de calor seco – Pequenas massagens, sempre suaves, podem aliviar as dores. Se isso não for suficiente, aplique uma toalha pequena aquecida com o ferro sobre a zona que dói (aqueça a toalha em segurança, de preferência num outro compartimento);
▪ Um banho tépido – Um duche ou um banho de água morna também acalmará as dores;
▪ Analgésico – Se a dor persistir, pode usar o medicamento para as dores que o pediatra dele aconselha;
▪ Deixe-o repousar – Proponha-lhe actividades tranquilas. Nos dias seguintes, a criança não deve fazer demasiado exercício físico nem muitas actividades desportivas. Se a dor tiver sido muito intensa, talvez seja preferível que permaneça um dia em casa – não há necessidade de ficar na cama.
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