É comum que crianças com transtorno de hiperatividade e défice de atenção (THDA) apresentem também outros problemas. As patologias que surgem habitualmente associadas ao THDA são os comportamentos de desafio e oposição, ansiedade, transtornos de conduta, tiques e perturbações do humor. Assim, os comportamentos de oposição constituem a maior percentagem de casos.
O que é e como se manifesta
O transtorno de oposição e desafio (TOD) pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, sejam pais, tios, avós ou professores.
As crianças com TOD facilmente perdem a paciência, discutem com os adultos, desafiam e recusam obedecer a solicitações ou regras, incomodam deliberadamente os outros, não assumem os seus erros e estão quase sempre irritadas.
Devido aos sintomas mencionados, existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social e académico. Estão constantemente envolvidas em discussões e são muitas vezes rejeitadas pelos colegas de escola, o que lhes traz problemas ao nível da autoestima.
Os sintomas iniciam-se antes dos oito anos de idade e esta perturbação apresenta-se, em número significativo de casos, como um precursor do transtorno de conduta, forma mais grave de perturbação disruptiva do comportamento.
A importância das regras
Russell Barkley, um dos mais conceituados especialistas na área da hiperatividade, considera que o comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de hiperatividade, sendo este o responsável pelas dificuldades da criança na regulação das emoções. Por outro lado, as famílias de hiperativos parecem ter elas próprias dificuldade em gerir as emoções, pelo que não conseguem ensinar às crianças como fazê-lo adequadamente. Estas crianças precisam, então, de ser educadas com alguma firmeza, temperada de afecto.
Segundo Barkley, sempre que os pais queiram dar uma ordem deve posicionar-se perto da criança, com voz firme, sem deixarem de ser amorosos, usando o verbo na forma imperativa. De preferência há que olhar diretamente nos olhos da criança e, se houver resistência, socorrerem-se de uma discreta pressão física (segurar-lhe no braço, por exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi proferida.
Um aspecto de enorme importância prende-se com a consistência entre o casal, ou seja, o pai e a mãe devem esforçar-se por ter a mesma atitude, caso contrário essa desarmonia será facilmente detectada pela criança e até usada para manipular os progenitores. Face a este quadro, torna-se muitas vezes necessário um acompanhamento psicológico. O psicólogo pode ajudar a criança a lidar com a frustração e a encontrar canais mais saudáveis de escoamento dos sentimentos de hostilidade, ao mesmo tempo que se torna necessário ajudar os pais a lidar por essa difícil e desgastante tarefa.
O que os pais não devem fazer
O conhecimento de certas estratégias comportamentais pode ajudar muitos pais a corrigirem hábitos que, de uma maneira ou de outra, acabam por contribuir para o aumento da tensão familiar. Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a desobediência.
• Dar ordens à distância
- Falar de um quarto para o outro (onde está a criança) é algo completamente ineficaz pois ela irá manter-se desatenta e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente, assegurando-se que ela as compreendeu.
• Dar ordens vagas
- Pedir à criança que se comporte "como um bom menino" não clarifica o que se espera e o que não se espera que ela faça. Há que ser o mais concreto possível!
• Dar ordens complexas
- Havendo de antemão dificuldade em fixar na memória de curto prazo as atividades a fazer, solicitar a execução de várias tarefas só servirá para tornar a sua realização menos provável.
• Dar ordens com antecedência
- Ordenar a uma criança com TOD que, quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para interromper o prazer que ela está a ter, já que as ordens serão esquecidas.
• Dar ordens acompanhadas de muitas explicações
- Muitos pais, de modo a evitar parecer autoritários, perdem-se em argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança não consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final da explanação do progenitor ela já não se lembre da maior parte do que foi dito.
• Dar ordens sob a forma de pergunta
- Perguntar "podes ir agora fazer os trabalhos de casa?" deixa um espaço livre para que a criança diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.
• Dar ordens em tom ameaçador
- É frequente que, antevendo a batalha que vai ser travada após uma solicitação, os pais deem a ordem já em tom de ameaça, como se a recusa já tivesse ocorrido. Assim, a criança vai tender a imitar o progenitor e a reagir no mesmo tom, uma vez que o clima de hostilidade já está instalado.
(fonte)
O que é e como se manifesta
O transtorno de oposição e desafio (TOD) pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, sejam pais, tios, avós ou professores.
As crianças com TOD facilmente perdem a paciência, discutem com os adultos, desafiam e recusam obedecer a solicitações ou regras, incomodam deliberadamente os outros, não assumem os seus erros e estão quase sempre irritadas.
Devido aos sintomas mencionados, existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social e académico. Estão constantemente envolvidas em discussões e são muitas vezes rejeitadas pelos colegas de escola, o que lhes traz problemas ao nível da autoestima.
Os sintomas iniciam-se antes dos oito anos de idade e esta perturbação apresenta-se, em número significativo de casos, como um precursor do transtorno de conduta, forma mais grave de perturbação disruptiva do comportamento.
A importância das regras
Russell Barkley, um dos mais conceituados especialistas na área da hiperatividade, considera que o comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de hiperatividade, sendo este o responsável pelas dificuldades da criança na regulação das emoções. Por outro lado, as famílias de hiperativos parecem ter elas próprias dificuldade em gerir as emoções, pelo que não conseguem ensinar às crianças como fazê-lo adequadamente. Estas crianças precisam, então, de ser educadas com alguma firmeza, temperada de afecto.
Segundo Barkley, sempre que os pais queiram dar uma ordem deve posicionar-se perto da criança, com voz firme, sem deixarem de ser amorosos, usando o verbo na forma imperativa. De preferência há que olhar diretamente nos olhos da criança e, se houver resistência, socorrerem-se de uma discreta pressão física (segurar-lhe no braço, por exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi proferida.
Um aspecto de enorme importância prende-se com a consistência entre o casal, ou seja, o pai e a mãe devem esforçar-se por ter a mesma atitude, caso contrário essa desarmonia será facilmente detectada pela criança e até usada para manipular os progenitores. Face a este quadro, torna-se muitas vezes necessário um acompanhamento psicológico. O psicólogo pode ajudar a criança a lidar com a frustração e a encontrar canais mais saudáveis de escoamento dos sentimentos de hostilidade, ao mesmo tempo que se torna necessário ajudar os pais a lidar por essa difícil e desgastante tarefa.
O que os pais não devem fazer
O conhecimento de certas estratégias comportamentais pode ajudar muitos pais a corrigirem hábitos que, de uma maneira ou de outra, acabam por contribuir para o aumento da tensão familiar. Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a desobediência.
• Dar ordens à distância
- Falar de um quarto para o outro (onde está a criança) é algo completamente ineficaz pois ela irá manter-se desatenta e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente, assegurando-se que ela as compreendeu.
• Dar ordens vagas
- Pedir à criança que se comporte "como um bom menino" não clarifica o que se espera e o que não se espera que ela faça. Há que ser o mais concreto possível!
• Dar ordens complexas
- Havendo de antemão dificuldade em fixar na memória de curto prazo as atividades a fazer, solicitar a execução de várias tarefas só servirá para tornar a sua realização menos provável.
• Dar ordens com antecedência
- Ordenar a uma criança com TOD que, quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para interromper o prazer que ela está a ter, já que as ordens serão esquecidas.
• Dar ordens acompanhadas de muitas explicações
- Muitos pais, de modo a evitar parecer autoritários, perdem-se em argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança não consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final da explanação do progenitor ela já não se lembre da maior parte do que foi dito.
• Dar ordens sob a forma de pergunta
- Perguntar "podes ir agora fazer os trabalhos de casa?" deixa um espaço livre para que a criança diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.
• Dar ordens em tom ameaçador
- É frequente que, antevendo a batalha que vai ser travada após uma solicitação, os pais deem a ordem já em tom de ameaça, como se a recusa já tivesse ocorrido. Assim, a criança vai tender a imitar o progenitor e a reagir no mesmo tom, uma vez que o clima de hostilidade já está instalado.
(fonte)
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