quarta-feira, 17 de março de 2010

Por que devemos contar histórias para as crianças?

Contadores de histórias... quando ouvimos essa expressão quase sempre vamos atrás no tempo e recordamos-nos de uma tia ou avó que nos contavam histórias antes de dormir. Infelizmente, contar histórias tem-se tornado uma prática pouco comum ou quase inexistente. Perdemos o sentido mais primário que essa linguagem propicia: de agrupar pessoas, aproximar e compartilhar.

No stress diário da vida, na linguagem industrial que algumas emissoras impõem, pouco tempo reservamos para simplesmente contar histórias aos nosso filhos.

Esquecemos que, através das histórias, a criança cria seu próprio inventário moral, elabora questões que a angustiam e se sente alimentada.

Através de personagens que têm que vencer obstáculos, sair do âmbito familiar e conseguir sucesso no mundo externo, preparamos o pequeno ouvinte para adoptar vivência com mais segurança das suas próprias derrotas e perdas.

Contudo, é preciso ter muito cuidado ao eleger as versões que são contadas para as crianças, grande parte das publicações que encontramos nas livrarias (afinal, criança é um grande filão editorial) foram de tal forma destituídas da sua essência que perderam elementos importantes para atingirmos nossos objectivos.


Como a leitura pode ser estimulada em casa

Uma casa bem boa é uma casa cheia de histórias a escorrer pelas paredes, plantadas nos vasos, enfiadas nas gavetas, e à mostra nas cristaleiras.

Para isto, além de livros povoando todos os lugares, pensa-se que uma forma bonita de estimular a leitura em casa é ter olhos e ouvidos abertos para o mundo, para a vida, tudo, exactamente tudo serve para estimular o desejo por histórias. É bom que nos tornemos contadores de histórias e cantadores da vida.


Qual a importância da leitura na formação do indivíduo

Acredita-se muito que a leitura é um território; um território de (re)significação. Uma tese onde tento argumentar que os O indivíduo social constrói-se verdadeiramente a partir do momento em que se torna leitor de si, do outro e do mundo.


As fontes para se encontrar histórias para as crianças

Muito resumidamente: nos livros clássicos, aqueles maravilhosos, que mudaram a vida de gerações e gerações; livros com contos de fadas, com contos populares de diversos países, com mitos de várias civilizações. Mas também é bom não esquecer das histórias contadas pessoalmente, aquelas que fizeram e fazem uma multidão de crianças adormecerem e sonharem e "despertarem", assim com aspas.

E aquelas histórias familiares, dos nossos entes queridos, histórias que vão construindo sagas fantásticas e que estão tão pertinho de nós: aquela tia que nunca se casou porque preferiu ir viajar pelo mundo para conhecer outros lugares e povos; aquele primo adorado que se foi; aquela avó cheia de ideias e sabedoria etc. etc.

Com o tempo, vamos sofisticando tanto os nossos gostos e hábitos que nos esquecemos de valores tão importantes. Qual foi a última vez que nos sentamos confortavelmente no tapete, abrimos o álbum de fotos de família e revisitamos a nossa própria história? Qual a última vez que contamos para uma criança uma história que ouvimos na infância? Uma atitude tão informal e, ao mesmo tempo, tão rica.

2 comentários:

  1. Hoje como mãe, admiro a capacidade que a minha mãe tinha em inventar histórias. Histórias que não consigo repetir fielmente, mas que povoaram a minha infância e que a tornaram mais rica. Tento então colmatar a minha falta de jeito para inventar histórias, lendo e criando o hábito de leitura no meu filhote.
    :)

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  2. Olá!

    Adorei!

    Quando a minha filhota era pequenina e não sabia ler, eu ou o pai, antes de dormir, liamos uma história, dessas dos clássicos!

    Penso que não se devem de perder estes hábitos, pois são hábitos que podem acompanhar os nossos filhos...a minha filhota gosta muito de ler antes de dormir...eu confesso que não consigo dormir sem ler nem que seja uma página.

    Boas Leituras!!!!!

    Beijinhos!!!!

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