«Volfrâmio» evoca os tempos áureos dos anos 40, quando a Segunda Guerra era o centro de todas as atenções (e se procurava o "volfro" como ...se de ouro se tratasse), ao mesmo tempo que Portugal hesitava entre apoiar os alemães e permitir a exploração das minas aos ingleses. A ESTE – Estação Teatral desenha, assim, aquele que é – depois de «A verdadeira história da Tomada do Carvalhal» e de «As cebolas de Napoleão» – o terceiro espectáculo do "Ciclo Invasões", um conjunto de cinco dramaturgias originais que marcam outros tantos momentos históricos da região e que, não obstante lançarem um novo olhar sobre uma identidade, procuram, antes de tudo, o corpo e o espírito de uma história exemplar que importe a qualquer outra região do planeta. Função do teatro.
A vida tão próxima da morte. O mundo rural em confronto com a mais desenfreada industrialização. A camaradagem. As greves. As revoltas. A saúde e a doença. A sorte. As opressões, muitas. A fé. Os consentimentos. Os medos. O mercado negro. As mentiras. Os sonhos. O sentir de uma cultura mineira. As mulheres. A serra. A serra que tudo dá e que tudo tira.
Recorrendo ao próprio entulho e à sucata da Fábrica da Lavaria do Rio, a ESTE - Estação Teatral, faz renascer todo o pulsar de um universo já findo. Partindo das ferramentas que fazem esta companhia edificar a sua própria ideia de teatro, onde "ver" e "fazer" são actividades de facto indissociáveis e simultâneas, dos escombros de uma fábrica em ruínas se fará de novo vida através da criação.
Dramaturgia e Encenação: Nuno Pino Custódio
Espaço Cénico e Figurinos: Ana Brum
Desenho de Luz: Pedro Fino
Interpretação: Fabíola Lebre, Ricardo Brito, Tiago Poiares e Yolanda Santos
Foi lindo, adoramos imenso. A Macaquinha deu umas valentes gargalhadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário